O projeto PULSAR destaca uma área vital, porém pouco explorada, na área da saúde — a experiências dos/as profissionais LGBTQ+. Os dados disponíveis são ainda escassos, sobretudo em Portugal. Os estudos realizados em outros países apontam para algumas área críticas que merecem atenção.
Diversos estudos analisam o ambiente de trabalho em instituições de saúde, com especial foco na discriminação, microagressões e nas práticas de inclusão. Muitos/as profissionais LGBTQ+ relatam ter vivido ou testemunhado situações de preconceito ou discriminação por colegas ou doentes, algo que pode afetar diretamente a satisfação no trabalho e a saúde mental.
Ainda que haja avanços, pessoas LGBTQ+ continuam sub-representadas em algumas especialidades médicas e cargos de liderança. No entanto, nota-se uma visibilidade crescente, especialmente em áreas como a saúde mental e os cuidados primários. A presença de profissionais LGBTQ+ em posições estratégicas é crucial para garantir políticas e práticas mais inclusivas.
Uma questão central é se os/as profissionais de saúde se sentem seguros/as para revelar a sua orientação sexual ou identidade de género no ambiente laboral. As taxas de revelação variam bastante, dependendo da região geográfica, da especialidade médica e da cultura da instituição. Este fator influencia não só o bem-estar pessoal, mas também a autenticidade e a confiança no local de trabalho.
Há evidências de que profissionais LGBTQ+ oferecem perspetivas valiosas na prestação de cuidados de saúde, especialmente quando tratam pacientes LGBTQ+. A empatia e a compreensão destas realidades podem fortalecer a relação profissional-paciente, promovendo mais confiança e uma comunicação eficaz.
Por fim, é importante sublinhar que os/as profissionais LGBTQ+ podem enfrentar desafios únicos que afetam a sua saúde mental e a longevidade das suas carreiras. O stress acrescido, muitas vezes relacionado com discriminação ou invisibilidade, sublinha a necessidade de estratégias de apoio robustas e contínuas.
A valorização e inclusão de profissionais de saúde LGBTQ+ não são apenas questões de justiça social, mas também um imperativo para garantir cuidados de saúde mais humanos e eficazes. Investir em formação, políticas inclusivas e ambientes acolhedores é fundamental para um sistema de saúde verdadeiramente livre, acessível e inclusivo.